segunda-feira, 28 de outubro de 2013

28/10 - Rotterdam

Mais um dia trivial hoje, entre ficar o tempo todo se debatendo contra a chuva que ia e vinha, alternando-se com momentos de sol igualmente intenso, longas caminhadas em busca de lugares mencionados no Tripadvisor aparentemente em 1850, e que já nem existiam mais, e jantar no buffet do Pizza Hut, pra agora passar uma semana culpado e sentindo asco de mim mesmo.


Rotterdam é bacaninha, ampla, moderna, de bela arquitetura, meio como uma São Paulo se você subtrair uns 25 graus centígrados da temperatura, 80% do trânsito e adicionar olhos claros a 90% da população e gostosice a 95% das mulheres. É tudo o que Amsterdam gostaria de ser se não tivesse aquele monte de casinhas antigas e ruas estreitinhas para emporcalhar seu urbanismo. Não sei se ainda não passamos pela vizinhança correta, mas, por enquanto, há uma criminosa ausência de coffee shops por aqui, coisa que também notei em Den Bosch, e quase também em Eindhoven. Mas é bom.... Assim, a única droga com a qual gasto meu dinheiro é o croquete da Febo, outro de meus esparsos e episódicos prazeres que apenas a Holanda pode proporcionar.


E, quanto à pança, tenho resistido firme e forte à minha vigorexia forçada, e, na base do só por hoje, já estou sem fazer qualquer exercício há 3 semanas. Sem prejuízo à repulsa que sinto por qualquer forma de atividade física, dá uma invejinha dos corredores que vejo passando pela orla do porto, sinto uma estranha e ambígua tentação de vestir toda a indumentária de corrida que veio comigo e ir atrás deles, mas aí respiro fundo, como mais um croquete e espero a vontade passar. Todo o alongamento que passei os dois últimos anos dolorosa e bobamente cultivando jå foi pro saco, e atualmente mal alcanço os joelhos quando tento me abaixar.
É o ciclo da vida besta: a gente passa um tempão construindo algum condicionamento físico para então sair de férias, perder o que construiu, depois voltar à vida cotidiana e retomar o treinamento para recuperar o que perdeu e poder sair de férias no ano seguinte para reprisar tudo de novo. Até que a vida nos abandona e o o carbono que nos constitui vai parar em algum outro ser vivo que, por algum tempo, será escravo do mesmo vão processo. Ah, são tão necessárias as coffee shops para entorpecer a dor de existir...



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