domingo, 27 de outubro de 2013

27/10 - 's-Hertogenbosch

Ah, estes "bed and brekfasts", na verdade estratégia vernacular para dar alguma densidade ao conceito de o cara cobrar uma graninha legal pra alugar um quarto vago em sua casa, sair para cuidar da vida, e os hóspedes que se virem para entrar no lugar. Pela manhã, ainda fomos salvos pela faxineira, que abriu a porta, permitiu que deixássemos as mochilas no quarto, mas disse não saber falar inglês, apenas um pouco de holandês. Ao conversarmos entre nós em português, descobrimos que a pobre coitada se chamava Lúcia, era imigrante daquela região da Bahia chamada Ceará, e nos contou sua história padrão sobre ter se casado com um holandês que foi ao Brasil a turismo, e então sido trazida para cá por ele.
Fiquei pensando como ambos conversavam ou conversam, já que o sujeito obviamente não fala português, e ela, no início, nem rudimentos de holandês dominava. Algumas pessoas falam mais de duas línguas e não conseguem se comunicar, mas apenas se desentender o tempo todo. A outras, basta a língua do amor. Ou, sei lá, a cunilíngua do amor, mais propriamente.


À tarde, ao sapear pela cidade, esbarramos por um desfile de 7 de setembro em pleno 27 de outubro, e feirinha de exposição do exército numa praça da cidade, com direito a degustação e distribuição de amostras de rações usadas pelos militares durante suas missões de espantar bêbados das ruas ou orientar os pedestres a atravessar só pela faixa. De qualquer modo, enchi os bolsos, e garanti uns dois jantares na faixa, às custas das forças armadas holandesas.


Na volta ao hotel, dito e feito. Porta trancada, nem notícia do imbecil dono do local, apenas uma nota grudada na porta, à moda do Samba do Arnesto, pedindo que ligássemos para ele para conseguir o código de acesso. Como se todo mundo andasse com um celular habilitado a fazer ligações para a Holanda dentro da mochila. Por sorte, deu pra parasitar um sinal de internet de uma pizzaria próxima, e a patroa tem crédito no skype. Mas é sempre o cu na mão.


E, pra fechar a noite, cinema com o filme do Stallone e Schawrzenegger. Finalmente, sem dublagem. Não que, neste caso, os diálogos façam muita diferença.


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