domingo, 13 de outubro de 2013

13/10 - Eindhoven: um pinto molhado e manco

Se eu profetizo que vou receber sexo oral da Ana Paula Arósio, nada acontece. Mas, se digo que vai chover no dia da maratona, chove foooorte. Como se deus, em toda sua sagrada escrotice, resolvesse gozar no cabelo dos tementes a ele. E eu havia trazido pra usar, na corrida, um calçãozinho e uma camisetinha. Lá vou eu então vestindo minha calça e camisa térmicas, para ter uma chance mais justa de encarar os 7 graus centígrados, com sensação térmica de três. Na largada da prova, medrei. Com um medo real de acabar tendo uma hipotermia ao longo do percurso, acabei também não tirando o casacão pesado de frio. E lá fui eu, tomando chuva na jaqueta, acolchoada, que ia se ensopando e aumentando meu peso. Em algum momento da prova, um corajoso senhorzinho, como muitos, correndo de calção e camiseta, me perguntou se eu não estava com calor.


Antes da metade da prova, começo a perceber que meu joelho estava lá. Não doer, porque eu havia tomado um analgésico profilaticamente, mas fazendo o que seria o equivalente a latejar excruciantemente se isto lhe tivesse sido permitido.  Amanhã, já encerrado o efeito do comprimido, eu conto pra vocês se ainda sou capaz de ficar em pé.
A entrada da região de largada realmente era restrita aos pagantes, mas uns dois quarteirões adiante já não havia mais gradeamento, então teria sido possível correr de bicão e economizar € 57, que basicamente me compraram um isotônico com uma saborzinho assim meio de mijo, e uma medalha que sinceramente nem é bonita. A camiseta da prova é bacaninha, e, enquanto ficava lá tomando chuva me esperando, a patroa foi comprar uma de presente pra mim.




Durante a corrida, a humilhação contínua... Desde o primeiro minuto, sendo ultapassado direto, por todos, o tempo inteiro. Nas corridas em São Paulo, geralmente supero a choldra na primeira metada da prova, meio que empato por mais algum tempo depois, e começo a ser mais lerdo do que a média no quarto final.... Aqui, desde o início, só ficando pra trás.... Lá pelo quilômetro 30, ainda consegui acompanhar por uns 20 minutos o pelotão das 4h15 estimadas, e olha que dele já faziam parte uns tios meio barrigudinhos, e uns velhinhos assim já meio curvados. Depois, nem isto....


Mas, no final, a grande surpresa: maratona completada em 4 horas e 20 minutos, meu melhor tempo até agora, e um belo descabaçamento internacional. 4h25, se incluída uma paradinha necessária para botar uns morenos pra nadar. Digo, continua pífio, mas é meio como se a gente perdesse a virgindade com a Marina Silva e depois descobrisse que, na verdade, foi com a dona Marisa Letícia....




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